Clube de Ciências
DIÁRIO DE BORDO
Viagem a São Paulo
Se não me seguro, eu caio!
Por Lucia Maria Paleari
lpaleari@ibb.unesp.br
Sala das ilusões
No Catavento, localizado na cidade
de São Paulo, a nossa aventura que havia começado bem cedinho em Botucatu
(para saber mais sobre essa aventura clique aqui e aqui ), continuou: aprendíamos enquanto
brincávamos. E chegamos à Sala das Ilusões. Êta lugarzinho difícil
de ficar em pé! Só mesmo nos apoiando na parede, para cansarmos menos e não cairmos.
O que aconteceu naquela sala foi que nos
desequilibramos, porque o seu
assoalho era inclinado, e o
nosso corpo precisou fazer ajustes rápidos de toda musculatura.
Ajustados
que somos para caminhar em chão plano, nossos músculos, naquele momento,
precisaram ser contraídos e distendidos de uma maneira diferente da habitual,
para que conseguíssemos nos manter em equilíbrio. Embora sem nos darmos conta
das alterações musculares que acontecem conosco a cada momento, a não ser em
certas situações especiais que resultam em dor, é por meio das constantes distensões
e contrações adequadas dos nossos músculos, que o nosso corpo se mantém em
equilíbrio.
Movimentos
tais como caminhar, mexer a cabeça, chutar uma bola etc., perturbam o
equilíbrio do corpo. Para que essas perturbações não nos façam cair, um
sistema existente nos nossos ouvidos, o labirinto, assim que percebe as mudanças,
envia informações ao cérebro que, de imediato, age sobre a musculatura,
ajustando a nossa postura para nos manter em equilíbrio. Claro que essa é uma maneira muito simplificada e resumida de
contar o que os cientistas levaram muito tempo para entender e explicar. Caso
você se interesse por mais detalhes, deverá buscar por bons livros de biologia; pode também pedir ajuda a um professor dessa matéria (veja algumas sugestões*).
Gravidade e Plano Inclinado
A
gravidade, essa força que faz com que todos os corpos atraiam uns aos outros,
nos mantêm firmes sobre o nosso planeta. Como a Terra é muito, mas muuuuuuuuuuuuito maior
do que nós, ela tem muito mais matéria (massa). Tendo mais matéria (massa), a
Terra também tem mais força para nos atrair, do que nós a ela. É por isso que
tudo o que é solto acaba indo para baixo, para o solo, cai.
Mas,
se quiséssemos fazer um objeto qualquer que caiu voltar para o alto, voltar
para o lugar de origem, teríamos de fazer força, uma força suficiente para
ultrapassar a força da gravidade. Se o objeto que caiu tem muita massa, maior
será seu peso com relação a um objeto que tem menos massa, portanto, maior a força para erguê-lo, comparada à força
para erguer o objeto que possui menos massa.
Uma maneira de reduzir, de vencer o efeito dessa força a qual
todos estamos submetidos é usando um plano inclinado, que é uma máquina simples.Uma rampa, dessas que estamos acostumados
encontrar no nosso cotidiano, é um plano inclinado. Como também é um plano
inclinado a rampa em espiral que encontramos nos parafusos. Veja a figura abaixo:
Rampa em espiral |
Quanto menor for o ângulo entre o plano inclinado e a superfície do solo, mais fácil será subir por ele. Se quisermos alcançar o pico de uma montanha, ficará mais fácil se o trajeto de subida for feito por meio de uma rampa, embora a caminhada fique mais longa e, assim, demorada. (Clique aqui e veja a figura de uma estrada que sobe pela montanha ).
*Leituras complementares para professores e estudantes de graduação:
- Bases neurofisiológicas do equilíbrio corporal - UNICAMP
Antonia Dalla Pria Bankoff
Rafael Bekedorf
- SENTIDO DA AUDIÇÃO E DO EQUILÍBRIO - UNESP
Silvia M. Nishida
- Cem bilhões de neurônios
Roberto Lent
Leia também:
- Enfim, o Catavento! – Por Lucia Maria Paleari